Cliente. Câmara Municipal de Sines

Projeto. Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Cidade de Sines...

Ano. 2015-2016

Descrição. As recentes alterações nos padrões de mobilidade das cidades, fruto do aumento das taxas de motorização, têm originado, nos principais aglomerados urbanos, a degradação progressiva da qualidade de vida das populações

A perceção de que a qualidade de vida passava pela facilidade de deslocação em automóvel, pela rapidez e facilidade de chegada aos destinos, originou rapidamente o caos ao nível da mobilidade nos grandes centros urbanos. O congestionamento de trânsito e a poluição atmosférica e sonora são alguns dos problemas originados pelo aumento progressivo do número de veículos automóveis nas vilas e cidades, levando à degradação do ambiente urbano, com consequências ao nível da qualidade de vida nos centros urbanos.

Assim, surgiram consciencializações para o estabelecimento de uma nova cultura de mobilidade nas vilas e cidades, com a introdução de padrões de mobilidade sustentáveis, onde os modos suaves de deslocação se estabelecem como prioritários.

No seguimento destas novas tendências nacionais e internacionais, entende-se que o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável se consubstancia como um documento estratégico e operacional que serve de instrumento de atuação e sensibilização, que fomente a articulação entre os diferentes modos de transporte visando a implementação de um sistema integrado de mobilidade de uma forma racional, que permita diminuir o uso do transporte individual e, simultaneamente, garanta a adequada mobilidade das populações, promova a inclusão social, a competitividade, a qualidade de vida urbana e a preservação do património histórico, edificado e ambiental.

A caracterização das deslocações ao nível dos modos suaves é hoje uma etapa relevante no contexto da gestão da mobilidade nas cidades contemporâneas. O município de Sines não foge à regra, já que o seu centro urbano se encontra saturado de veículos automóveis, fruto da crescente e exagerada utilização do TI nas deslocações diárias. Este aumento ao longo dos anos proporcionou não só uma imagem caótica e desordenada de alguns pontos da cidade, com congestionamento do espaço e dificuldades de circulação e estacionamento (sendo evidente alguma anarquia na utilização do espaço pelos automobilistas), mas também, um agravamento da poluição sonora e atmosférica. As viagens a pé, em Lagoa, constituem o segundo modo de transporte mais utilizado, sendo as viagens de automóvel o mais utilizado, como iremos demonstrar ao longo do presente Plano. Contudo, a rede de percursos pedonais existentes apresenta alguma descontinuidade e falta de coesão, bem como constrangimentos entre o peão e o automóvel.

A Câmara Municipal de Sines pretende, com o presente procedimento, encontrar soluções sustentadas de mobilidade para resolução dos problemas relacionados com o tráfego automóvel, estacionamento e transportes coletivos, contudo não ignorando as questões relacionadas com a promoção dos modos suaves, nomeadamente a circulação pedonal e ciclável, que viabilizem a adoção de políticas de gestão da mobilidade mais amigas.

Levando em consideração as mais recentes boas práticas de mobilidade urbana, os documentos de referência na área e a finalidade de elevar Sines a cidade referência, neste tema, no panorama europeu, foi definida, para os próximos dez anos, a visão para a mobilidade do município. Esta assenta em seis vetores:

  • Promoção dos modos sustentáveis de transporte e a sua articulação integrada, como alternativas viáveis e atrativas aos modos individuais motorizados, contribuindo para a inversão da repartição modal atual;
  • Recentrar a mobilidade na pessoa, ao invés de se tentar maximizar as condições dos veículos;
  • Garantir acessibilidade universal em todo o espaço público, justiça e inclusão social;
  • Garantir a segurança das deslocações;
  • Humanizar do espaço público;
  • Contribuir para um maior equilíbrio entre a vertente ambiental e as preocupações económicas e sociais, nomeadamente através da redução dos níveis de poluição sonora, atmosférica e visual.

 

Fundamentado na fase de caracterização e diagnóstico, foram definidos oito objetivos estratégicos e respetivos objetivos específicos. Estes últimos podem igualmente ser considerados diretrizes gerais para o planeamento da mobilidade, que incluem alterações de cariz legal que deverão materializar-se em documentos com valor jurídico, nomeadamente no Plano Diretor Municipal.

Objetivo estratégico 1: Promoção do modo pedonal como principal vetor das políticas de mobilidade urbana.

Objetivo estratégico 2: Potenciar as condições para o uso da bicicleta nas deslocações pendulares, minimizando os efeitos da utilização do transporte individual.

Objetivo estratégico 3: Promoção do uso do Transporte Público ecológico com intuito de reduzir as emissões de GEE.

Objetivo estratégico 4: Promoção da intermodalidade numa visão de conjunto e de integração entre todos os modos como forma de se maximizar o uso dos modos sustentáveis de transporte.

Objetivo estratégico 5: Diminuição das vantagens do uso do automóvel e racionalização do seu uso reduzindo os constrangimentos de tráfego e melhorando a qualidade do ambiente urbano.

Objetivo estratégico 6: Promoção de um sistema de estacionamento que contribua para a inversão da atual tendência de repartição modal.

Objetivo estratégico 7: Fomentar a mudança de comportamentos e incentivar o uso dos modos sustentáveis nas empresas e nos munícipes através da informação, comunicação e educação.

Objetivo estratégico 8: Promoção da integração entre mobilidade e uso do solo.

Sessões de trabalho ao longo do desenvolvimento do Plano.

Sessões de trabalho ao longo do desenvolvimento do Plano.

Realização de trabalhos de campo para recolha de informação.

Realização de trabalhos de campo para recolha de informação.